Sou o fruto que gera a seiva
Que refresca e lubrifica
A garganta da nobreza.
Não tenho valor, pois,
Socialmente nada represento.
Meus pés descalços não são dignos de estarem
Junto aos pés bem calçados
Dos senhores de ternos e gravatas.
Os prédios que foram construídos
Às custas de muito suor
Emergido dos meus poros,
Hoje são limites intransponíveis
Pelos meus pés calejados e imundos.
Se, por acaso alguém pergunta quem sou eu,
Respondo:
Sou o sujeito que envergonha
A sociedade bem formada
Sou simples coisa engraçada
Sou criação enfadonha.
Sou reles, daninho, imbecil
Não bate meu coração,
Não pensa minha mente febril,
Pois sou objeto, sou traste,
Sou coisa que não se compara,
Serei eterno contraste,
Sou a PLEBE IGNARA.
VFC
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