sábado, 29 de março de 2008

EDSON LUIS, PRESENTE !!!

Há exatos 40 anos, no dia 28 de Março de 1968, a ditadura militar dava uma triste e tenebrosa aula de intolerância e terror que marcaria de sangue um dos mais terríveis momentos da nossa história.

Um grupo de estudantes reunidos em frente ao restaurante Calabouço no centro do Rio de Janeiro, preparava uma manifestação na qual reivindicariam melhorias na qualidade e no preço da alimentação que o restaurante lhes fornecia.

A polícia militar com toda a sua truculência e inabilidade tentou dispersar os estudantes que reagiram à investida dos policiais e se refugiaram no interior do restaurante. Momentos depois a tropa retorna ao local atirando nos estudantes e o comandante Aloísio Raposo dispara um tiro à queima-roupa no peito do estudante secundarista Edson Luis de Lima Souto que morre no local. 


Os colegas de Edson Luis, temendo que a polícia militar tentasse sumir com o corpo do estudante, o levam em passeata para a Assembléia Legislativa. O assassinato do estudante provocou uma série de protestos em todo o Brasil como a famosa “Passeata dos cem mil”.
No dia 2 de Abril de 1968 em uma missa realizada na Igreja da Candelária em homenagem ao estudante assassinado, as pessoas que assistiam à missa foram atacadas pela cavalaria. Em outra missa realizada no mesmo dia, os padres temendo novo ataque dos militares (que novamente estavam alinhados do lado de fora da igreja), de mãos dadas fizeram um corredor até a Av. Rio Branco para que as pessoas que se encontravam na igreja saíssem em segurança. Nada adiantou, pois os militares as encurralaram nas ruas próximas à Candelária e em nova demonstração de intolerância e desumanidade fizeram dezenas de feridos. 

50 mil pessoas acompanharam o corpo de Edson Luis até o cemitério de São João Batista, onde foi enterrado.
Outro estudante, Benedito Frazão Dutra, também foi atingido a bala no ataque ao Restaurante Calabouço sendo levado para o hospital onde faleceu.




Corpo do estudante Edson Luis na Assembléia
Legislativa.


Valdelir Ferreira Couto