terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

180 ANOS DA INDUSTRIA BRASILEIRA

Linha de montagem da Ford-1920
Em recente visita realizada à Casa França Brasil, tivemos a oportunidade de observar os diversos pontos do processo de industrialização ocorrido no Brasil.
Segundo os organizadores, “A montagem da exposição promovida pelo Sistema Firjan e a Confederação Nacional da Indústria-CNI, nas comemorações dos 180 anos de fundação da representação industrial no Brasil, pautando-se pela escolha de objetos e tecnologias que servissem de referência aos vários períodos aí incluídos, oferece elementos para se compreender como as novas tecnologias, presentes em coisas simples, interferem no comportamento e no cotidiano das pessoas. Nesse sentido, aponta como 470 anos depois de Martim Afonso de Souza ter construído o primeiro engenho de açúcar na Vila de São Vicente, governo, cientistas e técnicos, partindo da mesma matéria prima, a cana-de-açúcar, lançam programa para transformar um dos subprodutos da garapa, o etanol ou álcool etílico, em combustível, considerado no início do século XXI um dos projetos mais arrojados para substituir o petróleo”.


Vários stands foram montados de forma a permitir aos visitantes uma viagem através do tempo, passando pelos barões do café e da cana-de-açúcar, pelos maravilhosos avanços promovidos pelo espírito empreendedor do Barão de Mauá, e pelas narrativas dos operários das fábricas da época. Caso fosse possível, daríamos umas voltas na Romi-Isetta e no maravilhoso Fusca, sucessos automobilísticos do passado e no veloz avião CAP4, a “Paulistinha”. Nos foi possível ter uma idéia, mesmo que superficial, de como é composto um dos reatores da Usina Nuclear de Angra II e nos surpreendemos diante da precisão oferecida pela robótica, observando os movimentos do braço robotizado de linha de montagem automobilística, o “Robô Comau Smart NH3 Press Booster”.
Ainda de acordo com os realizadores da exposição, “A mostra destaca a importância das iniciativas governamentais no sentido de investir e capacitar o país com infra-estrutura, como fizeram Pedro II, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e outros governantes; da mesma forma, cita empresários que, acreditando no país e nos brasileiros, se preocuparam em concorrer para melhorar a posição do país no ranking dos paises em desenvolvimento . A chegada de D. João e da família real portuguesa no Brasil foi um marco, posto que criou as condições para o país ganhar autonomias e se tornar independente, como ocorreu, por iniciativa de seu filho, logo após o retorno de D. João para Portugal. Cinco anos após ter tornado o Brasil independente de Portugal, Pedro I criou a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional-SAIN, dando início ao processo de industrialização e modernização das instituições que esta exposição comemora 180 anos depois.
Se, nos primórdios da independência, o Brasil iniciou sua trajetória de industrialização com a SAIN, hoje assistimos ao esforço de milhares de empresários em dar continuidade a esse movimento, associados ao Sistema Firjan e à CNI, e em ritmo acelerado, em face das novas tecnologias que o novo tempo oferece”.

Bem, não se pode negar que tudo o que foi narrado acima, é o espelho de uma realidade que se plasmou nos fatos históricos destacados, promovidos pelas intervenções de nossos governantes do passado. O que se faz necessário, é, por questão de justiça e coerência com a história, conta-la da forma exata como aconteceu. Falar de industrialização de forma superficial deixando de trazer à luz os movimentos ocorridos em regiões como, por exemplo, a Baixada Fluminense, é no meu entender privar o público e, principalmente, a grande quantidade de estudantes que visitaram a exposição de informações fundamentais para um amplo entendimento de tão importante página da nossa rica história.
No processo de industrialização do Brasil, a indústria têxtil teve papel importantíssimo. Na exposição, houve uma breve citação da Fábrica de Tecidos Bangu, ficando de fora as fábricas instaladas em regiões como Paracambí e Duque de Caxias, por exemplo. Todas as apresentações foram, de forma brilhante, feitas por atores que fizeram explanações sobre os setores da mostra. Ao falar dos feitos do Barão de Mauá, ficou de fora o fato de a primeira estrada de ferro do Brasil ter sido construída em terras da Baixada Fluminense. Nenhuma citação foi feita sobre a histórica fábrica de pólvora de Estrela, inicialmente montada na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro e posteriormente, para não agredir o sossego e a segurança da nobreza que se instalava na região, transferida para Raiz da Serra, também na Baixada Fluminense. Ainda na Baixada Fluminense, a expansão da malha ferroviária, dando outros rumos para a região e, em conseqüência para o Rio de Janeiro, ao meu ver merecia também destaque na exposição.

No cômputo geral, ficou a imagem de um evento realizado para um público estudantil ainda não conhecedor (por omissão do nosso sistema de ensino) de nossa história de uma forma mais ampla, mais completa. Eis aí um desafio a nos instigar como educadores: Despertar nos olhos de nossos alunos o brilho do qual fomos privados.



Valdelir Ferreira Couto

3 comentários:

Vicente Portella disse...

Meus parabéns Valdo. Belo Blog. Espero que flua à partir dele a real e tão necessária valorização do estudo da História.

Grande abraço

Anônimo disse...

fala primo blz????
por velho bem manero seu blogger.
parabéns,ele é bem cultural,muito bem bolado. fica com deus abçs.
ass:primo

Anônimo disse...

pow, ajudo pra caraca no meu trabalho do colégio....continua postando aê!!!!vlw.....